
Literatura, história e o que mais der na cabeça: um blog que acredita na magia, liberdade, prazer e mistério da invenção e da criação.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
De alguma nuvem, Feliz Natal

quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Flagrantes de Sydney, Austrália
* Fotos de Luiz Carlos Figueiredo
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Sydney, onde água e cidade se encontram
Por causa do Rio de Janeiro e de outras lindezas da costa, nós somos exigentíssimos em matéria de topografias de cidades litorâneas. Com ou sem razão, torcemos o nariz para todas as maravilhas do tipo que nos apresentam no mundo, como Nice, Istambul, Tripoli, etc., pensando sempre: Ah, mas o Rio é mais bonito! Sydney, porém, balança nossa concepção ufanista. Ontem me peguei pensando: Essa baia é tão linda quanto a da Guanabara...
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Na rota do sol - Austrália
domingo, 15 de novembro de 2009
Viajando rumo ao futuro - Austrália

quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Viajar é narrar

sábado, 31 de outubro de 2009
Viajar é sonhar

A viagem
Quem é alguém que caminha
Toda a manhã com tristeza
Dentro de minhas roupas, perdido
Além do sonho e da rua?
[...]
Alguém me diz toda a noite
Coisas em voz que não ouço.
- Falemos na viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.
João Cabral de Melo Neto, O engenheiro, 1945 (primeira e última estrofes).
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Palavras ao vento

quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Pra começar bem o dia 9

domingo, 18 de outubro de 2009
Esperança é a coisa com penas

A "Esperança" é a coisa com penas
Que na alma se empoleira -
Emily Dickinson [fragmento]
Hope
*Imagem daqui
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Poesia e natureza

* Imagem daqui
** Poema enviado pela amiga Amélia Pais
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Tarô pessoal, carta 6

Como o camaleão, mudo de cor segundo as necessidades. Meus rituais de acasalamento consistem em cambalhotas. Dentro do meu grupo, os machos, não as fêmeas, é que guardam os ovos, numa bolsa situada na ... cauda! Quando esses ovos se rompem, os machos expelem as crias em violentas contrações.
Meus olhos são independentes, posso mover cada um deles separadamente, para onde, quando e como quiser. Sou chamado cavalo, porém vivo na água. Nado em pé, sempre na vertical. Ao nascer, sou transparente. Quando adulto, trago na cabeça filamentos, como crinas. Mas tenho também barbatanas. Meço cerca de um centímetro ao nascer, quando adulto sou pequeno e frágil, mas ainda assim fui escolhido pelos deuses para guiar a imponente, impressionante carruagem do grande Poseidon (Netuno), deus dos mares.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Ti-ti-ti

* Imagem de autoria do grande artista norte-americano Norman Rockwell (1894-1978)
terça-feira, 6 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
Pra começar bem o dia 8

sexta-feira, 2 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O precário equilíbrio da vida

Mas ontem, em meio às atividades boas, uma notícia vinda de longe me arrancou o coração, me quebrou a espinha, me deixou até agora sem fôlego. O André, filho de uma amiga muito querida, um jovem que eu conheci pequeno brincando com meus filhos, de repente descobriu que está com um câncer linfático em estado avançado. Neste momento, encontra-se internado numa UTI de um hospital em Barcelona, tomando altas doses de quimioterapia, lutando para sobreviver, ao lado da família. Sei que muitos de vocês não o conhecem pessoalmente, mas sei também que a maioria de vocês já experimentou essa sensação de extrema fragilidade diante da vida, esse desamparo absoluto, essa emoção que nos irmana a todos, de impotência, vulnerabilidade e esperança. Dirijam um pensamento bom para André e sua recuperação. Os que souberem rezar, rezem por ele.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Sobre gatos e palavras

Erik Orsenna
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Gatos não morrem

Elegiazinha
Gatos não morrem de verdade:
eles apenas se reintegram
no ronronar da eternidade.
Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
Gatos não morrem: mais preciso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.
Nelson Ascher
(Parte alguma. São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
* Imagem daqui
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Diálogos (im)possíveis 14

— Maria, que maluquice é esta?
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Pra começar bem o dia 7
sábado, 5 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Foi maravilha

Sem fim
Quando formos ao rio de Heráclito,
vamos perguntar pelo que pode ser.
O que pode ser meu caro Heráclito,
O que pode ser, rio de mim.
Como pode uma tarde de sábado,
ou um rio de janeiro sem fim,
ou as águas de março no âmago
desse rio vermelho carmim.
(Nilson Galvão, Caixa Preta)
[Sem fotos, pois a anta aqui se esqueceu da máquina. A imagem escolhida transmite o ambiente que senti]
terça-feira, 1 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
As crianças e as ruas

No Rio onde cresci, nós, as crianças, brincávamos na rua. Isso mesmo: montes de crianças espalhadas ao mesmo tempo pelas calçadas, dá pra imaginar isso no Rio de hoje? E eu não morava em subúrbio afastado ou área semirural, não. Fui criada em Copacabana, na Av. Princesa Isabel, a rua do túnel novo. Ali, e poucos sabem disso, há duas ou três vilas, com casas. Uma senhora idosa, que morava numa delas, aborrecida com a algazarra que aprontávamos, costumava chegar à janela, furiosa, e nos enxotava:
— Saiam daqui, já!
Pois nós, mãozinhas nas cinturas, respondíamos: — O que é, hein? Tá pensando que a rua é sua, é?
A rua era nossa.
Paulatinamente, devido a uma série de fatores conjugados — crescimento da violência urbana, piora do trânsito, superpopulação, aumento do tráfico de drogas, diminuição dos espaços públicos, entre outros — as crianças foram sendo expulsas das ruas. Cada vez mais confinadas às casas, apartamentos, praças cercadas, escolas, pequenos pátios murados, isolados... Espaços não apenas menores, como internos, interiores, e muito vigiados. Neles, a presença de adultos é constante, o que deixa poucas possibilidades às crianças para interagirem livremente, descobrindo o mundo a partir de seus interesses, necessidades e desejos. E ainda cria um bocado de estresse para elas como para os adultos, pois, obrigados a conviver mais do que gostariam, se irritam e se castram mutuamente.
Os espaços urbanos foram ficando tão distantes da infância que, hoje, a expressão “meninos de rua” designa crianças muito pobres, sem estrutura nem apoio familiar, financeiro ou social. As ruas, que já foram minhas e dos meus amigos, tornaram-se espaços degradados.
domingo, 23 de agosto de 2009
Viajar é perder-se

quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A arte de Tânia Pedrosa

Certa ocasião, recebeu, como hóspede da família, o alemão Ludger Stockman, formado em Artes. Ao ver entreaberta a porta de um depósito nos fundos da casa, Stockman ali entrou, deparando-se com os quadros de Tânia. O crítico alemão adorou a pintura colorida, criativa, original, garantindo a Tânia que ela era, sim, artista, e das grandes. Ela, porém, não acreditou muito: em 1998, incentivada por Antônio Nascimento, enviou dois quadros para a Bienal Naïf do Brasil, mas nada disse à família, pois achava que jamais seriam selecionados; contou só ao amigo, cúmplice e também artista Lula Nogueira. Qual não foi a sua surpresa, quando se descobriu não apenas aceita na Bienal, mas com um de seus quadros como capa do catálogo, e detentora do prêmio de pintura.
A carreira de Tânia de Maya Pedrosa deslanchou, na Europa e no Brasil. Ela não mais parou de pintar, ganhando diversos prêmios internacionais (como o Prêmio Europa de Arte Primitiva, entre outros) e brasileiros. O magnífico quadro a óleo que ilustra este post, expressando o imaginário do litoral e sertão nordestinos, é de sua autoria. Clique aqui para conhecer um pouco mais sobre a artista.
Tânia de Maya Pedrosa sempre incentivou os artistas populares de seu Estado. Não apenas escreveu livros sobre eles, como possui uma extraordinária coleção de arte primitiva nordestina, em especial alagoana, que precisa com urgência merecer espaço público adequado, onde possa ser admirada pelos que amam arte.
domingo, 16 de agosto de 2009
Um ano de blog

Nesta blogosfera sempre a descobrir, que se comunica com o restante do mundo virtual e com o mundo concreto mas também representa um espaço específico, com regras próprias, neste admirável mundo novo o que mais me encanta é descobrir um grupo de sentimentos velhos como o mundo, tais como amizade, acolhimento, respeito pelo diálogo: amor, enfim.
Juro por Deus que, no segundo ano de blog, vou aprender a ser sucinta.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Lá se vai São Gonçalinho

Lá se vai São Gonçalinho
Fora de seu oratório
Fora de seu oratório
Acompanhado de anjo
Acompanhado de anjo
Também de Nossa Senhora
Também de Nossa Senhora
[Cantado em procissões no interior do Brasil, especialmente no Nordeste, incluindo-se as barrancas do rio São Francisco; São Gonçalo, português, é santo casamenteiro de mulheres velhas.
sábado, 8 de agosto de 2009
Boa notícia!

Amigos, recebi ontem uma notícia muito boa, que desejo compartilhar com vocês: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) aprovou o pedido que fiz de apoio à publicação do livro Jacinta Passos – Canção Atual.
Jacinta Passos (1914-1973) foi uma expressiva intelectual da Bahia, que publicou quatro livros de poemas e se tornou uma das mais ativas jornalistas do Estado. Seus livros — elogiados à época por intelectuais do porte de Mário de Andrade, Antônio Cândido, Aníbal Machado e muitos outros — estão esgotados há vários anos. Sua vida, marcada por tragédia pessoal e pela luta incansável em prol de justiça social, transformações políticas e melhoria da situação das mulheres, é pouco conhecida.
Além dos poemas publicados em vida, acrescidos de notas explicativas, a edição aprovada trará a produção jornalística de Jacinta Passos, seus textos inéditos, sua biografia e a fortuna crítica sobre sua obra, ao lado de ensaios escritos especialmente para a publicação, de autoria de intelectuais conhecidos. O volume será publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) e pela Editora Corrupio.
No dia 11 de setembro, assinarei o convênio com a Fapesb, e a partir daí trataremos da edição. Jacinta Passos é minha mãe. Sinto enorme alegria em ter podido contribuir para que sua arte, pensamentos e trajetória biográfica possam estar de novo ao alcance de leitores — novos leitores, que decerto saberão amá-la, compreendê-la e estudá-la.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
Domingo - Pra começar bem o dia 6

quinta-feira, 30 de julho de 2009
Tarô pessoal, carta 5

segunda-feira, 27 de julho de 2009
A menina e a boneca

Quando seus dedinhos grossos conseguem finalmente erguer a tampa da caixa, quase sem respirar grita É uma menina! Ganhei de presente uma menina! E se desconcerta, porque os adultos em volta riem, e detesta que riam dela. Como assim boneca, se as suas bonecas são pequenas e moles, de pano, só a cara têm de louça, seus grandes olhos pintados não se mexem, mas esta... Ah, esta dorme e acorda, acorda e dorme, esta tem cabelos cacheados de fada — a menina sente incontrolável arrepio de satisfação, ao tocar os cabelos da boneca —, esta mexe os braços pra cima e pra baixo, veja! O tio lhe mostra que a boneca... anda como eu! Usa batom e rouge e veste um vestido cor de rosa de festa e um chapéu de festa e sapatos e meias rendadas de festa tão lindos como eu nunca tive nem nunca vou ter na vida.
A menina abraça a boneca-menina, as duas do mesmo tamanho. Abraça mais forte, abraça muito forte, olhos fechados. Sente tanto medo da boneca desaparecer pra sempre, ficarem sozinhos de novo ela e os avós, como antes dos tios surgirem na sua vida. Ainda de olhos fechados, numa espécie de teste dá um beijo tímido na bochecha da boneca, sente sua textura um pouco dura: Ela não foi embora! Desta vez, de tanta felicidade nem escuta a risada dos adultos.
Abraçada à boneca, pela primeira vez na vida a menina sente-se grave. Esta é a sua boneca. Dali em diante caberá a ela, só a ela, cuidar da boneca-menina. Dar-lhe comida, levá-la pra passear, brincar todos os dias com ela na praça, nunca deixar que se quebre, pentear seus cabelos, ajeitando os fios todos na mesma direção, ser sua professora, arrumar seu vestido e chapéu tão elegantes, enchê-la de beijinhos e carinhos, segurar sua mão para que não caia, guiá-la, colocá-la para fazer xixi, protegê-la dos primos assassinos...
A menina percebe a solenidade do momento. Sabe que a partir de agora um outro ser depende dela. Nunca mais será a mesma. Seus olhos ganham pausa, seu peito estreito, que carrega o coração ainda leve, torna-se de repente atento, a boca pensativa, neste instante agarra-se a seus ombros aquela responsabilidade orgulhosa de ter de proteger os outros que carregará vida afora, até a morte.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Para os meus amigos

http://www.youtube.com/watch?v=3v73ecjopiQ
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Cabeça-pipa





Escolhi estas imagens do artista australiano Shaun Tan para tentar expressar como anda a minha cabeça hoje. Alguém aí já se sentiu assim?
*Para conhecer o maravilhoso espaço de Shaun Tan, clique aqui.