Vejo Michael Jackson como um ícone do final do século XX/início do XXI, alguém que concentrou em si e em sua trajetória tudo o que marca a nossa época: o exagero de exposição e dinheiro do show business e do mundo das celebridades; a dificuldade em crescer — como Peter Pan, vivia na Terra do Nunca (só que a sua Neverland era uma propriedade milionária); a inclinação à pedofilia (todas aquelas criancinhas à sua volta e os processos movidos contra ele não podem ter sido apenas ilusão); a androginia; a obsessão pela própria aparência, a ponto de, por razões ligadas à doença ou não — ele jamais esclareceu isso —, ter transformado corpo e rosto nos de um ser de outra espécie, um ET, inumano e robótico; a extrema solidão do ídolo exposto, adorado (basta lembrar as centenas de “Maicons” Brasil afora) e sugado pelas multidões, empresários, homens de negócio, aproveitadores e que tais; o exagero no consumo de medicamentos e drogas; a fusão da alta tecnologia às apresentações musicais: seus thrillers em forma de história marcaram o início de uma nova era dos clips ... a lista poderia se estender quase indefinidamente.
Uma coisa, porém, é certa: ninguém dançava como ele. Sua ginga, energia, voz e carisma foram únicos, como mostra o link abaixo, para You rock my world, com o ator Marlon Brando, ou qualquer outro clip de Michael Jackson (não consegui trazer para cá nenhum video do artista dançando, devem estar protegidos). Da sua dança, da sua arte sentirei muita saudade, a ela expresso toda a minha reverência e admiração.
*Imagem daqui
9 comentários:
ninguém jamais dançará como ele.
pronto! ninguem precisa escrever mais nada,seu texto está perfeito, definitivo.
Sem dúvida um grande dançarino e, há anos, um pobre ser humano...
Beijinho
Fiquei triste com a morte de Michael. Ele pode até ter tido uma vida meio "louca", mas era um ótimo dançarino e cantor. Acho que isso ninguém pode negar. Um beijo.
Jana, sentimos Michael da mesma forma. Vide meu texto lá no "la escena".
E, não, ninguém mais dançará como ele. Único!
É o que não vamos esquecer: a sua dança. Beijos, M.
Disse tudo. Eu não consegui escrever. Ele foi meu fundo musical.
Eu não gostava tanto tanto tanto dele, mas reconheço que era um senhor artista.
Só agora morreu, mas já não existia há muito tempo.
Morreu o homem, ficou a sua arte.
Beijinhos.
Isabel
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