
Hoje é dia da Parada
Gay em São Paulo. São esperadas 3 milhões de pessoas nas ruas da cidade,
gays, lésbicas,
travestis,
transexuais e heterossexuais que
apóiam os direitos dos homossexuais, gente que gosta de participar da alegria, colorido, animação da festa, gente de todas as idades e de várias partes do Brasil e do mundo. É a 13ª Parada do Orgulho GLBT, sua continuidade e sucesso demonstrando o muito que se caminhou, no Brasil, na defesa da plena cidadania.
Mas há muito a fazer, ainda. Todos os nossos homossexuais sofrem ou já sofreram alguma forma de discriminação, como isolamento social,
chacotas, não serem contratados para empregos embora fossem os mais aptos, terem o pedido de compra ou
aluguel de imóvel recusado devido à preferência sexual, serem impedidos de entrar ou permanecer em algum estabelecimento ou local público, etc.
Se você acha que não é bem assim, que isso nem existe mais, procure um amigo ou conhecido
gay ou lésbica e converse com ele/ela sobre o assunto. Escute com atenção, sem
prejulgamentos, o que eles têm a lhe contar. Como bem lembrou
Idelber Avelar em
excelente post sobre o assunto, “a melhor forma de se imbuir do espírito de luta pela justiça social é ouvir as vítimas com atenção“.
Tem mais. Nossos
gays ainda são assassinados pelo simples fato de serem
gays, isto é, por serem quem são, por apresentarem a orientação sexual com que nasceram. Segundo o
Grupo Gay da Bahia, o número de homicídios considerados homofóbicos (isto é, devidos à orientação homossexual da vítima) cresceu 55% em 2008, em relação ao ano anterior. Pernambuco é o Estado que detém o triste recorde desse tipo de crime.
Os homossexuais no Brasil ainda não conseguiram conquistar direitos sociais básicos. São cidadãos de segunda classe: não podem incluir o/a parceiro/a no seguro saúde, declarar em conjunto o imposto de renda ou incluir o/a parceiro/a como dependente, não podem herdar do/a parceiro/a,
adotar crianças, ter uma união matrimonial legalizada, etc.
Para mudar essa situação, é preciso agir em diversas frentes.
Atualmente, há um
Projeto de Lei da Câmara (
PLC 122/2006) cujo texto considera a homofobia um crime, isto é, a discriminação por orientação sexual e identidade de
gênero no Brasil seria considerada criminosa, como já
acontece com o racismo. Aprovado o
PLC, a pessoa que se julgar discriminada devido à sua orientação sexual poderá prestar queixa formal na delegacia, e o acusado, se condenado, estará sujeito às penas previstas, que são no máximo de cinco anos de detenção. O texto do
Projeto aborda variadas manifestações homofóbicas. Transformado em lei, será instrumento poderoso para ajudar a conter e punir as agressões
cotidianas contra homossexuais no país. O
Projeto precisa agora ser aprovado pelo Senado Federal.
Para ler o texto integral do
PLC, tirar todas as suas dúvidas sobre ele e ainda saber como você pode ajudar na aprovação do texto pelos senadores, entre no site
NãoHomofobia, que explica tudo isso muito bem. Um só clique, e você estará dando um passo importante para tentarmos alcançar nossa cidadania plena.
* Imagem daqui: cena da Av. Paulista hoje