"O que faz você feliz?" Estampada na camiseta da moça que caminha pela orla, a pergunta perde seu caráter ontológico — tipo "Quem é você?", "O que faz neste mundo?", "Você tem alma?" —, para ganhar um jeito inofensivo, quase ingênuo.
"O que me faz feliz?", divago, eu também caminhando pela orla, em sentido contrário. Cada vez mais, o que me faz feliz não é inatingível ou complicado, não me exige sofrimento, planos mirabolantes nem acrobacias. Ao contrário: me faz feliz sentir o sol, a luz sobre o mar, o vento que leva a jangada, o menino que corre com a pipa... Me faz feliz um bom texto, um carinho, um abraço, uma bela obra-de-arte, um copo de vinho, o pedido de desculpas daquele amigo que se afastou sem a gente saber por quê, um beijo, me faz feliz acordar com saúde, gargalhar, dormir com meu amor, o silêncio e a paz, a música, me faz feliz entender-me com os outros (às vezes, desentender-me, também), ser solidária, não sentir culpa porque nem todo mundo é feliz e, aqui e ali, poder ajudar alguém. Miudezas. Cascalhos. Pólens. Pormenores. Minudências: são meus momentos felizes.
E você? O que faz você feliz? pergunta este blog, com a mesma leveza da moça que caminha pela orla, neste início de manhã.
* Imagem daqui
17 comentários:
Oi, Janaína, o que me faz imensamente feliz é ler um bom livro. Um abraço.
Não precisar fazer nada. Nem pra ser feliz.
Toda vez que vejo a propaganda eu travo.
Sentir a vida. Parece absurdo, mas a gente passa muito tempo vivendo sem sentir a vida e, pior, só lembrando dela quando diante de alguma ameaça.
É isso: o que me deixa feliz é sentir a vida. Como? De muitos modos, a grande parte já está nos exemplos de Janaína.
Felicidade é viver. Ao sentir a vida, estamos sendo felizes.
"viver e não ter a vergonha de ser feliz"
(o verso de Gonzaguinha é a minha resposta)
"Felicidade se acha é só em horinhas de descuido". (Guimarães Rosa)
Beijo!
Jana,
o que me faz feliz, em desordem:
café, flor, alfazema, Beatriz, sentir, escrever, vestido, livro, Haroldo, amigos, música, dormir, abraçar, família, avós, tios primos, irmãos, pai, mãe e Emília, Priscila, sobremesa gostosa e gelada, pinha, seriguela, cajá, beijo, abraço, mar, rio, lagoa,lago, cachoeira, vento, dançar, olhar, sentir e pensar.
beijo
Martha
Jana, e eu adorei o teu comentário no meu blogue. Um beijo.
Querida amiga:
Excelente o post. Também vivo de pequenas coisas felizes...cada vez mais!
Olhar a planície, beber um copo de vinho no jardim, com o meu marido ao anoitecer, olhar o mar...
Costumo dizer: «Liguem o descomplicador!»
Beijo
A simplicidade me faz feliz. :)
Beijo.
Jana, querida,
Penso muito a respeito. Poucas coisas são capazes de me fazer feliz. Sou muito crítico e o meu olhar não ajuda. Não há para mim um padrão ou receita de felicidade. No meu caso ela parece ter vontade própria, vem quando quer. A única certeza que tenho é de já ter sido mais feliz. Talvez seja fase. A felicidade tem fases.
Beijo grande
o que mais me tem feito feliz ultimamente é o abraço e o sorriso de meu sobrinho, por causa da leveza que tanto você transmitiu, embora para mim esta pergunta tenha um peso grande demais.
Saudade desse cantinho aqui. Voltei das férias.
Cara Janaina,
Agradecendo a visita ao meu blog, e também comentando, diria que felicidade é o que somos por dentro.
Já uma amiga cuja irmã está com câncer em estado terminal disse-me ontem que a felicidade é não sentir dor. Talvez isso também seja uma verdade superior a uma frase emotiva e momentânea.
Abraço,
JR.
Em uma palavra: leveza!
Eu confesso Janaína, dou muito beijo na boca. Grande abraço
Às vezes
não é apenas
uma simples
pergunta
como
a resposta
deveria
ser.
A vida me faz feliz.
As coisas simples, como o sorriso de uma criança, uma fago de meu neto, uma frase deliciosa, como: Eu te amo vovó.
O bem estar dos meus filhos, o crescimento deles, enfim, a vida me faz feliz.
Beijos
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