[Imagens que me surgem de repente, sem eu pedir, como relâmpagos, e logo desaparecem. Algumas, consigo registrar.]
COCO
É coco maduro, casca dura, ligeiramente peluda, todo marrom (já foi verde). Casca muito dura. A mulher joga o coco no chão com toda a força, ele se abre em dois, exibe o interior: branco, tenro, fértil de sabores e misturas com outras comidas. A casca do coco, inútil agora — nem protege nem impede. Quanta coisa neste coco.
COCO
É coco maduro, casca dura, ligeiramente peluda, todo marrom (já foi verde). Casca muito dura. A mulher joga o coco no chão com toda a força, ele se abre em dois, exibe o interior: branco, tenro, fértil de sabores e misturas com outras comidas. A casca do coco, inútil agora — nem protege nem impede. Quanta coisa neste coco.
11 comentários:
Janaína
Teu Coco maduro me fez lembrar deste meu poeminha:
a vida é o que passa
ou o que fica?
— a vida é o meio
não é a massa
é o recheio
— a vida é o emboço
não é a casca
é o caroço
E não é? :)
Beijos!
gosto muito de roer o coco na casca, ir roendo, roendo até não caber mais dentro da boca,daí a gente tira o resto com uma faca, que tava com preguiça de pegar logo no início...
Você acabou detonando em mim uma lembrança da infância. Quando faziam frigideira de siri, pegavam o coco duro, tiravam da casca, botavam num prato, cortadinho em pedaços. Eu começava a comer um pedacinho, depois outro, até que alguém viesse reclamar que não iria ter o suficiente para colocar no treco lá com siri que estava sendo feito, ou seja, o que fica embaixo da camada de ovos da frigideira. Não sei nada de cozinha. Só de comer.
E ralar coco de costas?
Realidades estranhas...para mim, mas o texto é lindo!
Beijinhos
A imagem desse coco está belíssima, Janaína. Hoje em dia está cada vez mais raro encontrarmos um coco seco por aqui. A indústria de alimentos se encarregou de dar sumiço neles para nos vender uma gosma engarrafada ou ensacada, sem nenhum sabor! Já ralei muito coco pra tirar o leite e usá-lo em peixes, camarões, caranguejos. Uma delícia!Teu texto enxuto e saboroso, levou-me a reminiscências
de outrora...a mulher lançando o coco ao chão para quebrá-lo...Já fiz isso também. Um texto curto, seco como o coco, e perfeito. Obrigada por fazer-me viajar novamente.
Beijos
Em tempo: o "poeminha" da Nydia também é maravilhoso: "não é a casca, é o caroço". E o que seria o coco?
Me fez lembrar da cartilha: "o cachorro bebe na cuia". Associações de imagens, cheiros, sons... O passado é feito disso, não?
Querida Janaína:
Espero que estejas bem e começando o novo Livro!
Na realidade também gosto de tempos circulares - é bom sacralizar tempo, de alguma forma - mas entendeste o que quis dizer: esta nova e forçada ideia de milenarismo que circula por tudo o que é lado, desde o cinema, aos documentários, blogues, ..., já aborrece. Nem os Maias merecem isto, que só pretende salvar outro herói, à falta de «westerns».
Olha, a citação saiu de pesquisa na net, mas ela faz parte de um fragmento de um a tragédia de Eurípedes, que o meu marido ( de Estudos Clássicos) tem por aqui numa Antologia. Na realidade esse tirano que foi Crítias, saiu-se bem dessa vez.
beijocas
Janaina linda, que esse ano novo seja cheio de grandes realizações, menina querida. É muito bom saber que existem pessoas maravilhosas ao nosso redor e você é uma.
Sobre o haloscan, não entendi sua pergunta... você quis perguntar como deixa o endereço do seu blog naquele tipo de comentário? Se for, a maneira mais simples é colocar o endereço do blog embaixo do comentário. Mas se você quiser colocar esse sistema novo, no seu blog, aí já não sei explicar direito. Têm muitas coisas que ainda não coneguimos aprender, acredita? Nem tutorial vi ainda desse novo sistema. Qualquer dúvida pode perguntar, viu?
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
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Janaina, tudo bem?
Meu avô fazia umas cocadas maravilhosas. Agora vendo esse seu côco me deu uma saudaaaaaaaaaaade!
Bjao
Esse seu côco me deu uma saudade enorme da minha casa da infância: mãe sempre na cozinha fazendo delícias que me viciaram em comer bem e fartamente. Gôsto do recôncavo, cheiro de moquecas e cocadas e frigideiras que ainda agora me enchem a boca de água.
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