terça-feira, 18 de novembro de 2008

Diálogos (im)possíveis 9

[Tenho 21 anos, estou recém casada no Rio de Janeiro. De repente Elza, a empregada, sai gritando apartamento afora, braços pra cima, agitadíssima. Logo começa a bater a cabeça na parede, com força. Elza não responde às minhas perguntas, dando a impressão de que sequer me ouve ou vê. Cada vez mais agressiva, espatifa copos no chão e esmurra os vidros das janelas.
Apavorada, sozinha com ela no apartamento, me tranco num quarto e ligo para o Instituto Pinel, hospital para doentes mentais próximo ao meu prédio. Peço que mandem com urgência enfermeiros, para buscar uma pessoa que está em surto.
Dez minutos depois, toca a campainha. Elza, que se debate na cozinha, ao ouvir a campainha imediatamente se posta ao meu lado. Quando abro a porta do apartamento, estamos nós duas juntas, de pé, frente a dois fortíssimos homens de branco e uma maca.]


— Quem é a pessoa pra ser levada ao Pinel? – pergunta um dos enfermeiros.
— Ela! –Elza e eu respondemos ao mesmo tempo, uma apontando a outra.

[Juro que aconteceu].

5 comentários:

valter ferraz disse...

Surreal!
Porém, não impossível.

Anônimo disse...

Aff!
Que loucura, rsss
Afinal, quem foi levada?

beijos

Muadiê Maria disse...

é, amiga, o impossível sempre acontece.
beijo

Bernardo Guimarães disse...

graaande Elza! safa que só! Maria deve estar aliviada por Isabel, a Apocalíptica!

Janaina Amado disse...

Valter, que alegria revê-lo, tava com saudade! Márcia(clarinha) ou Márcia, a clarinha, ou ... -- desculpe, gosto de brincar com palavras -- seja bem-vinda: afinal, quem foi levada pro Pinel, qual a sua opinião? Maria Muadiê: menina, encontrei cada poeta africano ótimo, graças aos seus lonks no blog, obrigada! Bernardo, Elza realmente faria uma ótima dupla com Isabé, pena que não se encontraram.