segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Gatos não morrem

Já tive muitos cachorros, jamais gatos. No entanto, tenho a maior simpatia pelos gatos, animais de personalidade. Alguns de meus amigos mais queridos são apaixonados por gatos. Minha filha Janice teve um gato, que dormia com ela, os dois abraçados, apesar de ela ser alérgica. Acho que, à época do início difícil da adolescência, ela concentrou naquele gato quase todo o afeto que possuía.
Vejam que delícia este poema sobre gatos, escrito por Nelson Ascher para uma amiga cujo gato havia morrido:


Elegiazinha

Gatos não morrem de verdade:
eles apenas se reintegram
no ronronar da eternidade.

Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.

Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.

Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.

Gatos não morrem: mais preciso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso

e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.

Nelson Ascher
(Parte alguma. São Paulo: Companhia das Letras, 2005)

* Imagem daqui

10 comentários:

Anônimo disse...

Eu adoro gatos! Eles lá. E eu aqui!

Luma Rosa disse...

Então, eu sempre tive cães e achava muito cute, a gata de uma amiga, uma angorá turco! Esta gata cruzou com um gato belíssimo, raçudo! (rs*) um somali, que parecia um tigrinho. Os filhotes lindos e, eu admirava! Achava lindo mas não era pra mim! Essa amiga me deu um filhotinho e eu desajeitada para criar gatos, tratava-o como cachorro. E com medo da minha mãe dar fim no gato (ela odeia gatos) eu colocava ele na mochila e andava para cima e para baixo. Muitas vezes ele saia da mochila e assustava as pessoas.

Como foi bom lembrar disso! O Zé Ronaldo Gatinho ficou enorme depois de muitas vitaminas e cálcio que dei à ele. Um gatão!

Apaixonou e me abandonou! :(

Assim são os gatos, eles sempre sabem o que querem!

Veja este video:

http://bit.ly/3ALRSa

Sensível o Nelson Ascher em dar este poema para a amiga.

Beijus

Gerana D disse...

Nelson Ascher foi incrível, belíssimo poema.

- Luli Facciolla - disse...

Aiiiiiii...
Eu sempre amei cães e sempre suspeitei de gatos até achar a minha na rua!
Paixão à primeira vista!
Nem quero imaginar qndo ela se for...
Obrigada, Jana, por essas linda palavras!

Beijos

Nílson disse...

Lindo poema! Vou mostrar pra Emília e Caio, porque a família toda aqui é derramada por um certo Chico, o dono da casa! Elevar pro blog sobre gatos que criamos e tem ficado um pouco preguiçoso ultimamente!

Tiago Buckowsky Xavier disse...

Tenho dois gatos, O Oswaldo e a Fátima. São os donos da casa. Quem tem gato sabe disso - a casa é deles, você apenas é o visitante. E esse belo poema traduz exatamente o estilo de vida do felino. São ótimos companheiros.

Bípede Implume disse...

Acho o poema delicioso e diz bem do que é um gato.
Adoro cães, sempre tive cães. Só uma vez me deram um gato tinha eu dez anos. Terrível experiência. Ele desaparecia e depois voltava...até que não voltou mais. Nessa idade se sofre dobrado. Nunca mais quis gatos. Contudo acho-os lindos.
Beijinhos, Janaína, amiga.
Isabel

aeronauta disse...

Amei esse poema!

Edu O. disse...

Não suporto gatos, mas adorei a poesia. coisa linda!

romério rômulo disse...

janaína:
você consegue uns gatos muito malucos. ou todos eles são assim?
romério