Desamparo
Como andar pelo mundo assim sem um amor, um talismã, um cajado, sem um único amigo, um cahorro, uma ovelha, sem ao menos a lembrança de um lugar para chamar de meu? Como seguir assim trôpego e vazio, este buraco por peito, no rosto a ventania sem nome que traz areia, seca os rios e engole as lágrimas que não me descem? Como vagar assim sem liberdade, decidir sem desejo, continuar arrastando vida afora esta pesadíssima, insuportável sensação de não me sentir amado, pior ainda: não merecer ser amado?
Quando eu, a carta do Desamparo, o escolhe, amigo, não resta dúvida: é hora de você baixar armas, e sair correndo a pedir colo e abraço, onde eles estiverem. Você vai se surpreender duplamente: com a enorme quantidade de desamparados e com a enorme quantidade de amor no mundo.
10 comentários:
É isso: ainda bem que há amor também para surpreender.
Hoje fui ao correio. Havia um cartaz enorme que dizia: Sedex, parece mágica. Não resisti e disse que não parecia mágica, é mágica, pois faz sumir o que leva dentro.
Adoro esta tua carta! Concordo inteiramente. Está comovente de verdade.
Voltei de viagem. O Norte engripou-me...ufa.
Beijinho
E essa sensação de desamparo que nos acompanha como fere...
Isso me fez pensar, na quantidade de pessoas que por aqui passam, e fazem questão de não aproveitar o que a vida lhe oferece.
Viemos aqui para sermos felizes. A vida é muito curta para tudo que precisamos.
As pessoas nos oferecem amor, dedicação, e há um número enorme delas que nos querem ver felizes. Por que não aproveitar e ser feliz?
Porque acabar, buscando algo, tão próximo de nós, muitas vezes?
Um beijo querida.
Essa é a mais linda e comovente carta de tarô que li na vida. Bjos.
Linda carta, Jana.
Vc bem sabe que ela sempre sai em meu jogo.
Um beijo,
Querida Janaína
Uma carta muito bonita, que nos faz amar mais o que temos.
Lamento muito o que está a acontecer no Rio de Janeiro. Uma tragédia.
Beijinhos e saudade.
Isabel
Esse teu tarô é, sei lá, mais humano que os demais. Essa carta, então! E grato pelo comentário lá no Blag. Tô voltando, sim!
Essa carta tem estado há algum tempo em volta de mim ou mais precisamente sobre minha cabeça.
A vantagem é que nada, por melhor ou pior que seja, é definitivo.
No final você nos enche de acolhimento, pelo menos a possibilidade dele.
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