Há histórias que eu só escuto na Bahia. Não sei se são os personagens, se é o jeito de contar, se é o enredo... sei que são histórias baianas.
Esta se passou em Santo Amaro da Purificação e, me dizem os baianos, é verídica. Lindaura foi a Santo Amaro visitar a família da irmã, que não via há bem uns dois anos. Abraçou a irmã e o cunhado, beijou as sobrinhas, espantou-se com o crescimento do sobrinho:
— Tadeu, você está um homem, já! Quando eu lhe vi pela última vez, você era uma menino, agora já está um rapazinho! Deixa eu ver, já tem até bigode! – exclamou a tia, passando o dedo no buço de Tadeu que, do alto dos seus 13 anos de idade, abaixou a cabeça, morto de vergonha.
À noite, Tadeu levantou-se para ir ao banheiro. Atravessava o longo corredor da casa – daquelas casas antigas de Santo Amaro, salinha de entrada, longo corredor com quartos dos dois lados, ao final a sala de jantar/cozinha, onde fica a família toda e, só depois, o banheiro -, quando passou pelo quarto onde dormia a tia. Devido ao forte calor a porta estava aberta, e a tia, uma quarentona bem apanhada, dormia descoberta, deixando à mostra o corpo moreno muito bem torneado.
No auge da explosão dos hormônios, o jovem Tadeu não resistiu: entrou no quarto e caiu em cima da tia. Ela acordou assustada e, ao entender o que se passava, deu-lhe a maior bronca:
– O que é isso, menino? Que maluquice! Me respeite! Eu sou sua tia!
Ao que Tadeu respondeu:
– Mãe que fosse!
No dia seguinte, a tia contou a história em família, rindo. Em pouco tempo, toda Santo Amaro sabia do caso. Quando Tadeu passava, gritavam-lhe, para seu desespero:
- Mãe que fosse!
O apelido grudou de tal forma que, dizem, Tadeu Mãe-Que-Fosse teve de mudar-se, nunca mais voltando a Santo Amaro.
[Escrevendo da Bahia]
* Aos leitores portugueses: lembrando que, no Brasil, “apelido” é o mesmo que “alcunha”.
Esta se passou em Santo Amaro da Purificação e, me dizem os baianos, é verídica. Lindaura foi a Santo Amaro visitar a família da irmã, que não via há bem uns dois anos. Abraçou a irmã e o cunhado, beijou as sobrinhas, espantou-se com o crescimento do sobrinho:
— Tadeu, você está um homem, já! Quando eu lhe vi pela última vez, você era uma menino, agora já está um rapazinho! Deixa eu ver, já tem até bigode! – exclamou a tia, passando o dedo no buço de Tadeu que, do alto dos seus 13 anos de idade, abaixou a cabeça, morto de vergonha.
À noite, Tadeu levantou-se para ir ao banheiro. Atravessava o longo corredor da casa – daquelas casas antigas de Santo Amaro, salinha de entrada, longo corredor com quartos dos dois lados, ao final a sala de jantar/cozinha, onde fica a família toda e, só depois, o banheiro -, quando passou pelo quarto onde dormia a tia. Devido ao forte calor a porta estava aberta, e a tia, uma quarentona bem apanhada, dormia descoberta, deixando à mostra o corpo moreno muito bem torneado.
No auge da explosão dos hormônios, o jovem Tadeu não resistiu: entrou no quarto e caiu em cima da tia. Ela acordou assustada e, ao entender o que se passava, deu-lhe a maior bronca:
– O que é isso, menino? Que maluquice! Me respeite! Eu sou sua tia!
Ao que Tadeu respondeu:
– Mãe que fosse!
No dia seguinte, a tia contou a história em família, rindo. Em pouco tempo, toda Santo Amaro sabia do caso. Quando Tadeu passava, gritavam-lhe, para seu desespero:
- Mãe que fosse!
O apelido grudou de tal forma que, dizem, Tadeu Mãe-Que-Fosse teve de mudar-se, nunca mais voltando a Santo Amaro.
[Escrevendo da Bahia]
* Aos leitores portugueses: lembrando que, no Brasil, “apelido” é o mesmo que “alcunha”.
** Imagem daqui
14 comentários:
Engraçado demais. Fiquei tão curiosa: ela resistiu? Bom, se contou o ocorrido é porque resistiu.
Caraca, a tia não podia ter contado... mãe-que-fosse não é lá um apelido muito legal kkkk...
Que história engraçada, Janaína! Amei.
Coitado do Tadeu. vai ver a música famosa na voz da Alcina foi em homenagem a ele: "Seu delgado, prenda o TADEU, ele pegou a minha mãe e...
Boa Páscoa, querida!
Todo queda en familia...
;)
Ótima história
Bom demais, só minha terra para produzir uma pérola dessa, mas perguntei a mainha e ela não sabe disso não. não é mais uma das lenas de lá, não? Que seja, é maravilhoso!!!!
Essa estória é muito boa mesmo, Janaína. E essa tia, que tia, hein?
Precisava fazer isso com o sobrinho?
Obrigada pela visita e pelas palavras de carinho.
Um bom domingo pra ti e um grande abraço
Oi janaina, fui sua aluna na UnB e continuo em admirar sua jovialidade e simpatia. Li em Raquel de Queirós uma historia bem parecida e me sinto mais perto de milongas e grilhões... ser professora e amar os causos... a senhora se lembra de contar sua simpatia. voltarei a te visitar...
forte abraço, Flavia (tia sempre disfaça, concorda?)
Muito legal essa. Mas não ouvi falar disso lá não. De todo modo tem a cara da minha terra onde de tudo pode acontecer.
Arre égua!
Se Ivonete não conhece, é lenda! rsrsrsrs
Um conto, uma lenda, cenas de vida real...
Nunca gostei delas incompletas - quando se referem nomes e localidades, identificando assim o interveniente - tipo, "o leitor que a termine como quiser", dando largas à sua fantasia...mas fiquei curioso demais por ter gostado dela e não quero fantasiar, mas é irresistível! O Tadeu, desistiu à 1ª, a titia só negou 'ralhando o menino' para não parecer 'fácil' ou por estar indisposta, ou será que rolou mesmo mais uma experiência sexual(não devia ser a 1ª do jeito que entrou no quarto da tia!) para o Tadeu e tiazinha contou a história pintando do jeito que mais lhe convinha ? Sem receio de parecer uma 'mente preversa' estava torcendo que tivesse dado certo para os dois! Puxa esta merecia maior desenvolvimento. Penso que o Carlos Cunha (poeta sem limites) como ele próprio se proclama, célebre escritor erótico(?) da usinadeletras.com.br, narra histórias semelhantes, mas concludentes.Risos.
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