sábado, 4 de abril de 2009

Reconhecimentos


Nesta cidade me perco e me reencontro a cada esquina, para novamente perder-me. Conheço estes becos que dão em outros becos, que sobem por ruas estreitas ao cimo de cada uma de suas sete colinas, conheço este castelo a espreitar-me lá do alto, majestoso, as paredes azulejadas de azul sobre ouro, e carmim e verde com motivos do século XVII. Ah, conheço as águas deste rio-mar que define a ceidade, assim como o burburinho do seu pequeno comércio de portas estreitas e muitos artigos expostos, a irritação dos seus velhos, o caos do seu trânsito. Conheço também a nova juventude - diferente da antiga, pois esta nova afina-se com as útimas idéias e modas e gostos da Europa -, assim como os gigantescos shopping centers, as novas estações de metro, as sofisticações que antes não havia. Tudo, novo e antigo, envolto pelo aroma inconfundível das castanhas, dos azeites, do bacalhau preparado por tantas imaginações, sobretudo a melhor, aquela crescida dentro dos lagares, o à lagareira.
Reconheço tanto Lisboa porque aqui morei durante um ano e meio, e porque visitei a cidade algumas vezes. Mas reconheço também Lisboa porque a vi muito antes de aqui vir, a vi na minha Salvador natal, em Goiás Velha, Diamantina, Lençóis, São Luiz... nas muitas Lisboas brasileiras.

12 comentários:

miro paternostro disse...

ainda encantado em ter lhe conhecido de carne e osso, ontem mais encantado em descobrir a re-edicao da obra de Gregório de Mattos, editada por seu pai, comprei no ato, vou pedir um autógrafo e tudo. a minha postagem do dia 29.03 foi em sua homenagem. gostei muito de tudo! um beijo grande,
m

Ana Tapadas disse...

Que pena amiga de não ter estado contigo em Lisboa! Ocasião única de te ver em carne e osso!
Mas os meus sogros: 79 e 77 anos precisam da nossa presença para alegrar a Páscoa...
beijão

Adorei o texto.

Anônimo disse...

ai Jana, quisera eu ter morado um ano e meio em Lisboa. Ai que seu texto me levou aos entra em beco sai em beco, ao se perder na Alfama... Fostes aos fados?
Beijos, boa, boníssima viagem. Ana é também nossa vizinha de aniversário, o dela é dia 24.

Ana Tapadas disse...

Amiga:
Existe um «reconhecimento»/homenagem para ti no meu blogue.
Pensar que só agora descobri tudo isto...
Li muitos estudos de teu pai, sem sabê-lo teu pai...
Beijinho e bons dias pela Europa!

Katia Borges disse...

Oi, Janaína, bela viagem. Veja essas belas paisagens por mim, me sentirei um pouco aí com você.

Bípede Implume disse...

Ainda sob o efeito que o nosso encontro me provocou lembro o poema de que te falei da Sophia de Mello Breyner Andresen:

Poema de Helena Lanari

Gosto de ouvir o português do Brasil
Onde as palavras recuperam a sua substância total
Concretas como frutos nítidas como pássaros
Gosto de ouvir a palavra com suas sílabas todas
Sem perder sequer um quinto de vogal

Quando Helena Lanari dizia o "coqueiro"
O coqueiro ficava muito mais vegetal.

Agora que a emoção suavisou, venho agradecer o privilégio de vos ter conhecido.
Vou guardar-vos sempre no meu coração.
Continuação de bons passeios e muita diversão.
Beijinhos de muita amizade.
Isabel e Francisco.

Corpo mente e arte disse...

OI Janaina,
vi seu blog no Saia Justa da Georgia e me interessei pelos seus livros onde posso adiquiri-los?Feliz Páscoa.Simone

Sheherazade disse...

Olá!
Amei este seu texto! Tanto,que me ví entrando em beco e saindo em beco, Lisboa a fora, mesmo sem jamais ter ido lá.
Boa Viagem e Feliz Páscoa!!!

Dalva M. Ferreira disse...

Eu pressentia que havíamos herdado a disposição carinhosa da velha metrópole.

aeronauta disse...

Volte, volte!

HSPB disse...

Oi Janaína.Quanto tempo! Cá estou a ouvir música portuguesa e encontro esse seu post sobre Lisboa. Também me encantei por suas ruas e o Tejo...encantava-me olhá-lo ao final de alguma das ruelas.
beijos grandes
Neuma

Grace Olsson disse...

Lisboa é tudo de bom, janaina.-..apreoveita..beijos e dias felzies